segunda-feira, 20 de junho de 2011

UMA NOVA ERA



A transição e o papel
do Espiritismo*

*N. da R.: Terceiro de uma série de três
artigos, sobre a mesma temática, elaborado
pela equipe da Secretaria-Geral do
Conselho Federativo Nacional da FEB
.

Na etapa significativa de nossos tempos de transição para uma Nova Era, o Espiritismo tem um papel a exercer como “Consolador Prometido”. A disseminação dos princípios emanados da Doutrina Espírita é necessária para que a mensagem de esclarecimento, consolo e esperança se faça presente junto às pessoas. Realmente, é o momento de se concretizarem as belas e profundas assertivas contidas no capítulo VI de O Evangelho segundo o Espiritismo – O Cristo Consolador!


Em O Livro dos Espíritos há algumas questões que delineiam essa tarefa:


O Espiritismo se tornará crença geral, ou continuará sendo professado apenas por algumas pessoas?


“Certamente ele se tornará crença geral e marcará uma Nova Era na História da Humanidade, porque está na Natureza e chegou o tempo em que ocupará lugar entre os conhecimentos humanos. Entretanto, terá que sustentar grandes lutas, mais contra os interesses, do que contra a convicção [...].”1


Comentário de Kardec:

“[...] Sua marcha, porém, será mais rápida que a do Cristianismo, porque é o próprioCristianismo que lhe abre o caminho e serve de apoio. [...]”. 1


O Codificador deixa muito clara a tarefa do Espiritismo na questão:

De que maneira o Espiritismo pode contribuir para o progresso?

“Destruindo o materialismo, que é uma das chagas da sociedade, o Espiritismo pode fazer com que os homens compreendam onde estão seus verdadeiros interesses. Como a vida futura não mais estará velada pela dúvida, o homem perceberá melhor que pode garantir seu futuro por meio do presente. Destruindo os preconceitos de seitas, castas e cores, o Espiritismo ensina aos homens a grande solidariedade que os há de unir como irmãos.” 2

O tema é tratado de forma esclarecedora por Allan Kardec em A Gênese, com a seguinte assertiva:

“O Espiritismo não cria a renovação social; a madureza da Humanidade é que fará dessarenovação uma necessidade. Pelo seu poder moralizador, por suas tendências progressistas, pela amplitude de suas vistas, pela generalidade das questões que abrange, o Espiritismo, mais do que qualquer outra doutrina, está apto a secundar o movimento regenerador; por isso, ele é contemporâneo desse movimento. Surgiu no momento em que podia ser útil, visto que também para ele os tempos são chegados. [...]”.3

Dentro da visão sobre a Nova Era, comentou Emmanuel numa das primeiras obraspsicografadas por Chico Xavier, em A Caminho da Luz:



“[...] todos os Espíritos de boa vontade poderiam trabalhar pelo advento da paz e da fraternidade do futuro humano, e foi por isso que, laborando para os séculosporvindouros, definiram o papel de cada região no continente [...]”, e localiza ainda “seu coração nas extensões da terra farta e acolhedora onde floresce o Brasil, na América do Sul”.4


Este assunto é desenvolvido pelo Espírito Humberto de Campos na obra específica que éBrasil, Coração do Mundo, Pátria do EvangelhoDivaldo Pereira Franco tem sidointermediário mediúnico para diversas manifestações sobre o tema. O Espírito Joanna deÂngelis esclarece:

“O indivíduo, que se renova moralmente, contribui de forma segura para as alterações que se vêm operando no planeta. Não é necessário que o turbilhão dos sofrimentos gerais o sensibilize,a fim de que possa contribuir eficazmente com os Espíritos que operam em favor da grande transição”.
 5

No conjunto das obras citadas, fica claro que a questão humanística e espiritual é de fundamental importância para a aurora da Nova Era, como destaca Emmanuel em O Consolador:

“Como entender o trabalho de purificação nos ambientes do mundo?

[...] Todos os Espíritos encarnados, porém, devem considerar que se encontram no planeta como em poderoso cadinho de acrisolamento e regeneração, sendo indispensável cultivar a flor da iluminação íntima, na angústia da vida humana, no círculo da família ou da comunidade social, através da maior severidade para consigo mesmo e da maior tolerância com os outros [...]”. 6


A propósito do planejamento e das etapas de cumprimento para a transição para uma Nova Era, torna-se sugestiva a leitura e a reflexão sobre a parábola do “Festim das Bodas” (Mateus, 22: 1-14).7

Reflexões e recomendações

Com base nos textos citados ao longo deste e de dois outros artigos, anteriormente publicados em Reformador, apresentamos algumas contribuições para as reflexões em torno de algumas ações viáveis como papel do Espiritismo na fase de transição para a Nova Era e que podem ser entendidas como recomendações ao Movimento Espírita e aos espíritas em geral:


• Implementar a ampla difusão dos princípios da Doutrina Espírita;

• Estimular a união dos espíritas e a unificação do Movimento Espírita como uma família, base propiciadora à difusão do Espiritismo e à prática da solidariedade;

• Divulgar as obras básicas e as que sejam coerentes com a Codificação Espírita, como recomendações para leituras e estudos;

• Evitar a divulgação de informações e de literaturas catastróficas que destaquem fatos negativos;

• Pautar as ações espíritas – estudo, divulgação e prática – com base no ensino moral do Cristo;

• Manter em constante execução as Campanhas Em Defesa da Vida, Viver em Família, Construamos a Paz Promovendo o Bem!, “O Evangelho no Lar e no Coração”, e Divulgação
do Espiritismo;

• Estimular a realização de campanhas de esclarecimento sobre a visão espírita com relação à preservação do meio ambiente;


• Estimular e orientar ações de parcerias, em casos de acidentes e tragédias, com a concretização da solidariedade e da fraternidade;

• Estimular ações de convivência fraterna e de parceria, quando há objetivos comuns, com as diversas agremiações religiosas;

• Estimular a reforma e a iluminação íntima, bem como o exercício da serenidade.

“Vinde a mim, todos vós que estais aflitos e sobrecarregados, que eu vos aliviarei.Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei comigo que sou brando e humilde de coração e achareis repouso para vossas almas, pois é suave o meu jugo e leve o meu fardo. (Mateus, 11:28-30.)”8

Referências:

1KARDECAllan. O livro dos espíritos.
TradEvandro Noleto Bezerra. Rio de Janeiro: FEB, 2010. Q. 798.
2______. ______. Q. 799.
3______. A gêneseTradEvandro Noleto Bezerra. Rio de Janeiro: FEB, 2009. Cap. 18, item 25. 4XAVIER, Francisco C. A caminho da luz. Pelo Espírito Emmanuel. 37. ed. 1. reimp. Rio de Janeiro: FEB, 2009. Cap. 20, item Missão da América, p. 207.
5FRANCO, Divaldo P. Jesus e vida. Pelo Espírito Joanna de Ângelis. Salvador: LEAL. Cap. A grande transição.
6XAVIER, Francisco C. O consolador. Pelo Espírito Emmanuel. 28. ed. 3. reimp. Rio de Janeiro: FEB, 2010. Q. 229.
7KARDECAllan. O evangelho segundo o espiritismo. TradEvandro Noleto Bezerra. 1. reimp. (atualizada). Rio de Janeiro: FEB, 2010. Cap. 18, itens 1-2.
8______. ______. Cap. 6, item 1.

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